Memoriar é um percurso que apela aos sentidos, às memórias...

Neste espaço somos guiados por uma viagem que gradualmente é conduzida ás nossas memórias, apelando à nossa fonte inesgotável de sentimentos. Num jogo de recordações e combinações, Carlos Silva e Raquel Pedro “falam” de imaginários e de um mundo de cores e texturas. As formas e pinceladas que aqui são apresentadas demonstram o vigor e a busca incessante com que ambos lidam com os materiais; pinturas que se tocam, que vibram ao som dos materiais. Entre a gravura e a pintura, passando pela instalação, estes autores imprimem aos suportes sentimentos e ânsias. Contam-nos histórias e lembram metáforas de passados e presentes. Deslocam objectos do quotidiano para um mundo de cheiros, sons e cor. Apropriam-se de memórias e de lembranças.

Assistimos então a uma (re)apropriação de imagens, que culmina num enriquecimento do nosso vocabulário, em que os cheiros, as cores, as texturas, adquirem uma presença vivida por cada um de nós.

No espaço do Artecafé, Raquel Pedro apresenta um conjunto de desenhos em pequenos formatos, criando uma parceria com os ambientes vividos na Perve Galeria. A continuação no tempo e no espaço das imagens ainda presentes, ganham velocidade e viajam como quem aguarda pacientemente um acaso.

“...eu ainda não fiz viagens e a minha cabeça não se lembra senão de viagens. Eu prometo saber viajar.”

In Invenção do Dia Claro, Almada Negreiros


Estes trabalhos integram-se num percurso que também ele viajou pelo tempo, absorvendo influências de autores próximos e também das suas pisadas pelas Belas Artes. Com um percurso semelhante, estes autores tem elaborado projectos em conjunto, nomeadamente pinturas em grandes formatos - painéis. Neste sentido, estes trabalhos transmitem, de certo modo, essa atmosfera de proximidade e de amizade entre os dois. Durante cinco anos desenvolveram processos artísticos pelos quais levaram à construção de diferentes imaginários. As temáticas variam entre histórias fantásticas, viagens diluídas entre o misticismo e a nostalgia de outros momentos passados na vida de cada um.

“a viagem que é este bloco de notas cheio de mancha e cor, envolto de grafismos que vão surgindo aqui e além”

Fotos da Inauguração
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