"Percorre a obra de Mário Botas a questão do eu e do não eu, teorizada por Fichte e evocada por Baudelaire no terceiro capítulo de Le Peintre de la Vie Moderne, que trata do Artista, Homem do Mundo, Homem das Multidões e Criança: "Assim o apaixonado da vida universal entra na multidão como se ela fosse um imenso reservatório de electricidade (...) É um eu insaciável do não eu, que, a cada instante, o exprime em imagens mais vivas que a própria vida, sempre instável e fugidia".
Almeida Faria

"Na primeira fase, puramente lúdica, da criação, o artista lança sobre o papel linhas indecisas sem projecto: são as inflexões e intersecções dessas linhas que sugerem e suscitam formas orientadas. À medida que novos contornos correm e confluem, inspiram seres particulares em que o artista insufla propósitos, projectos, premeditações, e que logo defrontam os seus comparsas recém-chegados à imagem."
António Vieira

Título: A máquina do tempo
Dim:
20 x 35cm
Ano:
1973
Téc:
Mista s/papel